Diante da dificuldade política de promover uma grande reforma, o governo federal mapeou, com ajuda de especialistas, os principais ralos a tapar na Previdência Social - tanto da iniciativa privada quanto do serviço público - para garantir a sustentabilidade das contas no longo prazo. Um dos ajustes urgentes é estabelecer critérios para a concessão de pensões por morte.
Segundo especialistas, também é fundamental discutir a fixação de idade mínima e a criação do fundo de previdência complementar para os servidores públicos. Além disso, é preciso debater a redução da diferença de idade para solicitação da aposentadoria entre homens e mulheres e os setores urbano e rural.
Com base em experiência de outros países, analistas da área acreditam que é fundamental levar em conta o número de filhos, valor da pensão e a idade para a liberação da pensão por morte. No Brasil, não há nenhum tipo de restrição. A pensão é paga à família do trabalhador quando ele morre, independentemente do tempo mínimo de contribuição. O benefício só deixa de ser pago quando o pensionista morre, se emancipa ou completa 21 anos (no caso de filhos ou irmãos do segurado) ou acaba a invalidez (caso de pensionista inválido).
A avaliação é de que, se houver vontade política, uma alteração como essa seria mais simples de ser implementada do que uma grande reforma, pois depende apenas de lei ordinária (maioria simples no Congresso).
Generoso. Segundo o pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) Paulo Tafner, o regime brasileiro é muito generoso na comparação internacional. Ressaltou que essa despesa tem crescido ano a ano e já representa um terço dos gastos previdenciários. Na avaliação do especialista, existem países que pedem, por exemplo, tempo de contribuição mínima e, no caso da viúva (ou do viúvo), exigem um período mínimo de casamento.
Além disso, nem sempre o pensionista recebe o valor integral e há estabelecimento de uma idade máxima para que filhos recebam o benefício. 'O governo poderia estudar a adoção de algumas dessas restrições', afirmou.
O ministro da Previdência, Garibaldi Alves Filho, disse que, apesar do consenso dos especialistas, não há sinalização do governo federal para que sejam promovidas mudanças. 'O que posso defender junto ao governo é que haja modificações', afirmou.
Ainda na previdência dos trabalhadores privados, os especialistas mostraram que em vários países do mundo foi adotada a idade mínima para aposentadoria, com desconto no valor caso haja pedido de antecipação de recebimento do benefício. Essa poderia ser uma alternativa ao fator previdenciário, criado em 1999. A presidente Dilma Rousseff já adiantou às centrais sindicais que não é possível extinguir o fator previdenciário, sem que haja um instrumento substitutivo.

Bom, essa é a matéria publicada. Mas, será justo tirar a pensão das viúvas, de qualquer idade? Em especial da mulheres que "não trabalham" porque, ou por falta de oportunidade, ou por escolha, preferem  (ou são obrigadas a) "cuidar" do lar.

E esse é um trabalho escravo: lavar/passar, cozinhar, limpar, cuidar da prole e do marido. E não venham me dizer que não é trabalho escravo, porque é sim: não tem remuneração, não tem férias, não tem 13º, não tem aposentadoria, não tem direito algum. E enquanto a mulher faz todo esse trabalho, o homem/provedor, pode sair para o seu emprego tranquilo pois sabe que sua roupa vai estar limpa, cheirosa, bem passada. Seus filhos bem cuidados, sua casa arrumada, sua comida quentinha quando ele chegar...
Agora responda, quem lucra com esse trabalho da mulher?
O patrão desse homem/provedor. O Estado, o Governo
A mulher deveria ser remunerada por seu trabalho. Afinal, ela está contribuindo para o bem estar da sociedade em geral.
Mas, foi-nos incutida a idéia de que lavar/passar, cozinhar, limpar, cuidar da prole e do marido são atos de amor (argh, eu não amo nada disso) e que, portanto, não é trabalho.
E quando trabalhamos fora, então...
 
E ainda temos que estar arrumadas, bonitas, cheirosas, amorosas, gostosas quando eles chegam do trabalho.
Enquanto nós mulheres continuarmos pensando que  nosso trabalho na casa não é trabalho, vamos estar sendo propagadoras da propaganda machista que a mulher é acomodada, improdutiva, dependente... Não daremos e nem iremos reivindicar valor para a nossa atividade laborativa.
Agora até a pensão por morte querem tirar...
Será que tirando a pensão, o governo irá nos dar condições ideais de trabalho?
Qualificação e emprego para todas, creches e escolas equipadas para receber nossa prole enquanto estivermos trabalhando...
E não apenas para as crianças até 7 anos. Afinal, não queremos que nossas crianças fiquem nas ruas, à mercê de quem sabe o quê ou quem sabe quem...
 
O fim da pensão por morte gerará um caos social de consequências previsíveis e irreparáveis.