sexta-feira, 30 de março de 2012

"Amanhã, vai ser outro dia..."



Estou confuso... Não adianta... Hoje eu vivo confuso...
Por mais que eu tente, existem lacunas que não consigo preencher...
É como um jogo de quebra-cabeças em que faltam peças e as que remanescentes não se encaixam...
Lembro de celas pequenas, frias, úmidas, as “geladeiras”, onde não se podia ficar em pé, onde se era jogado nú, machucado, onde a gente tinha o corpo molhado com água fria e nos deixavam tanto tempo que uma eternidade parecia pouco... Sentia frio, fome, sede, dor... Ou calor, fome, sede, dor... Já não sabia... Não sabia...
Lembro de ter resistido (Horas?... Dias?...) 
O tempo... Perde-se a noção do tempo quando estamos fechados, sem ver a luz do sol, sem poder dormir...
Medo... Muito medo... Medo dos ratos... Medo dos "ratos" armados, medo dos ratos roedores dos quais ouvia os guinchos, que ouvia e sentia correr em volta... Medo que que estava acontecendo e do que estava por vir... Medo do frio, principalmente do frio que sentia na alma...
Lembro de celas com janelas altas e emparedadas além das grades... Janelas pelas quais jamais entrava a luz...
No teto, ao alto, uma lâmpada que permanecia apagada quase que o tempo todo, chão frio de cimento e nada mais...
Na porta, de tempos em tempos (quanto tempo?), por uma abertura, um rosto do qual mal se vislumbrava os olhos e os dentes quando abria a boca para anunciar, com uma voz soturna e aos berros:
- Late, cão imundo! Late ou não come...
E depois de dias (quantos?) (ou seriam horas?...), quando a dor da fome era maior que a dor das feridas abertas pela tortura física e moral; quando a luz acesa era pior que a apagada, pois feria os olhos desacostumados com a claridade; quando a sede fazia com que, desesperado, bebesse minha própria urina; quando, humilhado, vencido, desesperado, lati pela primeira vez, uma mão jogou a “ração” no chão, misturando aquela lavagem com os dejetos, meus e dos ratos que me faziam companhia, eu, ainda mais humilhado, me vi comendo aquela coisa azeda, fétida, de quatro, como um cachorro...
Quantos éramos?... Não sabia... Ouvia gritos, gemidos, grunhidos... Sons inumanos, saídos de gargantas humanas... (Seríamos mesmo humanos?... Já não sabia... Já não sabia mais nada...)
Quando ouvia os passos se aproximando, já começava a tremer... Sabia o que viria... Cadeira do dragão, espancamento, “telefone”, pau-de-arara, afogamento, choques, sevícias e sabe-se lá quantas mais formas de degradar se passava pela cabeça daqueles carrascos sádicos...
Os torturadores se revezavam, usavam-nos como “cobaias”, e o pior era a música, colocada alto, sempre repetindo o mesmo estribilho: “Não adianta nem tentar me esquecer, durante muito tempo em sua vida, eu vou viver”...
Sempre, sempre, sempre... Sempre a mesma coisa, monotonamente, sádicamente, de forma cruel...
Não sei quanto tempo fiquei nesse lugar... O que sei é que às vezes, por conversas entreouvidas, ficava sabendo que um companheiro ou uma companheira não havia resistido... Temia ser o próximo...
Mas, pior do que o medo de tombar, era o medo de não resistir e entregar os que estavam lá fora...
Lá fora... Onde era mesmo?... Será que um dia existira um “lá fora”?... Será que voltaria a existir?...
Um dia, quando me encontrava mais frágil, achando que não resistiria mais, quando a porta se abriu, ouvi uma voz me ordenando:
- Tome esse sabão, essa “toalha” (um pedaço de pano sujo, molhado, roto), vá se higienizar...  Você foi trocado por um embaixador...
A princípio não acreditei... Mas, depois, limpo, com roupas limpas, vi que outras pessoas se juntavam a mim, companheiros e companheiras de infortúnio, esqueléticos como eu, parecendo espantalhos dentro das roupas maiores, como eu, com as marcas da tortura espalhadas, como eu, mas muito mais visíveis pelo olhar, como o meu...
Não ousávamos nos falar, as perguntas martelando na cabeça, mas os olhos no chão, cabisbaixos, em silêncio, trocando rápidos efugidios olhares, com as mesmas interrogações carcomendo nossos cérebros, fomos colocados em um furgão, enchendo-nos de mais dúvidas ainda...
Pra onde nos levavam? Que diabos nos aguardava?...
Fomos levados direto para o aeroporto, onde encontramos outras pessoas com o mesmo olhar desconfiado... O mesmo ar desolado, sofrido...  O mesmo semblante torturado...
Só quando nos vimos no avião é que ousamos nos comunicar. Fiquei sabendo que um grupo havia sequestrado um embaixador e que havíamos sido trocados pela vida dele...
E mesmo assim, ainda existia o temor: para onde estamos sendo levados? Seríamos jogados em alto-mar, como ouvíramos contar que acontecera a outras pessoas que ousaram ter o mesmo sonho que o nosso e que se transformara no pesadêlo, que viverámos por meses (ou seriam horas?...)
Hoje, ainda trago as sequelas daqueles dias (ou seriam anos?...) em que fiquei preso... Não gosto de lembrar, não gosto de falar sobre isso...
Não consigo ouvir “Detalhes” sem ouvir junto os risos sardônicos, as risadas histriônicas, as vozes dos carrascos exigindo que eu confessasse e entregasse nomes, endereços...
Tenho cicatrizes pelo corpo que se fecharam, mas ainda trago cicatrizes abertas na alma, no peito e na mente...
Hoje, só hoje, quando acredito que a sociedade parece estar mais atenta, quando as pessoas estão lutando para abrir os arquivos secretos da ditadura e se acena com uma Comissão da Verdade, quando existe a possibiidade de se rever a Lei da Anistia para que os responsáveis por tantos crimes hediondos sejam punidos, somente hoje, eu confesso o meu crime:
Acreditar em um mundo melhor, sem opressores e oprimidos, dominadores e submissos, carrascos e vítimas... Acreditar que podemos lutar por uma sociedade socialista!
E, ainda hoje, EU ACREDITO!
Esse post faz parte da 5ª Blogagem Coletiva #desarquivandoBR

quarta-feira, 28 de março de 2012

Ciclistas de São Paulo organizam pedalada com fantasia de 'Thor'


Sexta Feira, 30/03, vista sua fantasia e venha pedalar como Thor ou como o seu super herói favorito.
Vem que vai ter prêmio para a fantasia mais criativa.
Pelo amor de Thor, compartilhem.

Wanderson Pereira dos Santos:
Presente!

Ciclistas da capital paulista organizam uma "bicicletata Thor" para a noite da próxima sexta-feira. Nas redes sociais, os organizadores convidam os participantes a usarem fantasias do personagem Thor, de histórias em quadrinhos da Marvel.
O evento acontecerá quase duas semanas após Thor Batista, filho do bilionário Eike Batista, atropelar e matar um ciclista no Rio de Janeiro.
No cartaz do passeio, a Massa Crítica de São Paulo avisa que a fantasia mais criativa ganhará "51 pontos na CNH (Carteira Nacional de Habilitação)", uma referência à pontuação no documento de Thor.
O grupo se reunirá às 18h na Praça do Ciclista e iniciará a pedalada às 20h.

Liga das Florestas


Participando você pode acumular pontos, ganhar prêmios e ajudar a proteger um dos bens mais preciosos que o Brasil possui.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Johnson ataca livre-organização dos trabalhadores




No dia 27, dois dirigentes do Sindicato dos Químicos e Farmacêuticos de São José dos Campos e região foram demitidos sem motivo. Ainda permanecem outros dois dirigentes sindicais demitidos por justa causa na greve de 2008. A multinacional americana Johnson & Johnson, uma das 10 maiores empresas do mundo, está com uma política absurda de ataque e perseguição à livre-organização dos trabalhadores, ao direito de greve, à representação sindical. A linha adotada pela empresa, principalmente nos últimos cinco anos, é colocar a tropa de choque do estado na porta da empresa em São José dos Campos/SP para impedir greve, ao mesmo tempo em que ataca a estabilidade trabalhista dos dirigentes sindicais, prevista na Constituição.
Em 2008 e em 2011, a multinacional dispôs como quis de todo o aparato de repressão da PM para agredir trabalhadores e obrigar os ônibus a avançarem sobre o piquete de greve, direito também garantido na Constituição. Nesse conluio entre empresa e tropa de choque, os trabalhadores em greve foram agredidos com gás de efeito moral e balas de borracha.
No balcão de negócios da justiça, a empresa se aproveitou de uma cláusula retrógrada da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) que prevê estabilidade apenas para a diretoria executiva, sendo 7 titulares e 7 suplentes. Por essa cláusula, apenas 14 diretores teriam estabilidade. Os milhares de sindicatos em todo o país têm muito mais de 14 dirigentes. Sindicatos de base estadual, por exemplo, chegam a precisar de até 150 sindicalistas. A lei não reconhece ainda a extensão real de cada base. O Sindicato dos Químicos, por exemplo, tem 41 dirigentes atuando em São José dos Campos, Jacareí, Caçapava, Jambeiro e Taubaté. São mais de 100 fábricas onde defender os trabalhadores. Isso representa bem menos de um dirigente sindical por empresa. Esse artigo da CLT contraia a Constituição Federal, que garante o direito à livre organização sindical, assim como os estatutos sindicais, que devidamente legalizados determinam o número de diretores de cada Sindicato.
Desde 2008, a Johnson vinha tentando quebrar a estabilidade de mais da metade dos dirigentes do Sindicato dos Químicos e Farmacêuticos de São José dos Campos. Após anos insistindo nessa arbitrariedade, a empresa conseguiu uma decisão truculenta da justiça que expôs os trabalhadores sindicalistas à perseguição da empresa.
O momento em que a multinacional lança mão dessa perseguição é justamente o início da Campanha Salarial do setor farmacêutico da categoria, em nível estadual. Também começam as negociações de PLR nas multinacionais do setor. Esse é o momento em que as lutas se intensificam! Na hora que os trabalhadores reclamam direitos, os patrões partem para demissões. Este é um movimento articulado da Johnson, do Ceag 10 (FIESP) e das empresas do setor. Por isso, outras fábricas começaram a atacar os dirigentes sindicais da categoria.
A ação da patronal é uma barbaridade contra a democracia, contra os direitos trabalhistas conquistados com muito suor e sangue pela classe trabalhadora ao longo dos anos. Não é aceitável que a patronal queira impor o modelo chinês de exploração, em que a legislação trabalhista não protege ninguém e a exploração rola solta. Basta de perseguição aos que lutam!
Não vamos aceitar que a patronal e a falsa justiça atropelem os direitos dos trabalhadores e as garantias constitucionais para impor a exploração desenfreada. Atacam o Sindicato para poder atacar as conquistas. Em direitos do trabalhador não se mexe!

PUBLICADO, ORIGINARIAMENTE, EM 

domingo, 25 de março de 2012

PELA REINTEGRAÇÃO DO JOAQUIM BOCA

Não podemos deixar essa Campanha pela Reintegração do Joaquim esmorecer.
Vamos continuar enviando as mensagens para a AmBev e AB Inbev

Vamos divulgar a imagem

Vamos enviar as moções

jcfmello@ambev.com.br
acmft@ambev.com.br
ouvidoria@ambev.com.br
Juntos, podemos reverter esse quadro.





Fala Joaquim:

MEUS COMPANHEIROS E COMPANHEIRAS DA MILITANCIA E AQUELES QUE NOS CONHECEM E TEM ACOMPANHADO NOSSAS PUBLICAÇÕES PELO FACEBOOK E REDE MUNDIAL, MILITO HÁ MAIS DE 30 ANOS.

SEMPRE ME POSICIONEI AO LADO DOS OPRIMIDOS E TRABALHADORES E FOI POR ESTE MOTIVO QUE A AMBEV, UMA MULTINACIONAL, HOJE MAIOR CERVEJARIA DO MUNDO, NO DIA 12 DE MARÇO ME DEMITIU POR JUSTA CAUSA (SEM DIREITOS), DEPOIS DE QUASE 24 ANOS DE TRABALHO PRESTADO NESTA EMPRESA.
O MOTIVO: NÃO CONCORDEI COM UM RELATÓRIO FAJUTO SOBRE AS RESPONSABILIDADES DA EMPRESA COM RELAÇÃO A UM ACIDENTE DO TRABALHO QUE TIROU A VIDA DE UM JOVEM DE 25 ANOS NO DIA 31 DE JANEIRO E AI E DENUNCIEI PUBLICAMENTE ESTA MARACUTAIA NAS REDES SOCIAIS.
A PATRONAL ME SOLTOU DE FÉRIAS E REALIZOU UMA APURAÇÃO DE FALTA GRAVE INTERNA, INVIABILIZANDO A MINHA DEFESA.
QUANDO RETORNEI FUI DEMITIDO POR JUSTA CAUSA.

CAMARADAS, COMO A MAIORIA DE VOCES SABEM, NÓS JA REALIZAMOS UMA SERIE DE ATIVIDADES COM RELAÇÃO A ESTA ARBITRARIADADE DA AMBEV.
O CENTRO DE NOSSA CAMPANHA TEM SIDO A DIVULGAÇÃO DESTA ARTE ONDE APARECE UM COPO COM SANGUE E UMA MÃO DENTRO SIMBOLIZANDO OS ACIDENTES NA AMBEV. E ESTA É PARA SER DIVULGADA AMPLAMENTE NAS REDES SOCIAIS.
A SEGUNDA SÃO AS MOÇÕES DIRIGIDAS À DIRETORIA DA COMPANHIA,
E POR ÚLTIMO, E TÃO IMPORTANTE QUANTO AS DEMAIS, É ANGARIARMOS ASSINATURAS, AJUDANDOS-NOS A DIVULGAR ESTA PETIÇÃO PUBLICA ABAIXO.

POR FAVOR PEÇO A SUA CONTRIBUIÇÃO,
A CONTINUIDADE DE NOSSA LUTA DEPENDE DESTE PEQUENO ATO DE SOLIDARIADADE DE NOSSOS CAMARADAS DE CLASSE.


Assinar essa petição é uma forma de pressionar a Ambev e contribuir para a reintegração de um cipeiro demitido injustamente. Também é um ato de solidariedade de classe e de manifestação em defesa do direito à livre organização dos trabalhadores!
http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoAssinar.aspx?pi=P2012N22464

sexta-feira, 23 de março de 2012

As 10 Estratégias da Manipulação

Hoje, uma amiga (Sonia Mariza Martuscelli) postou no facebook, um artigo de Avran Noan Chomsky* que revela, resumidamente, as estratégias que o sistema utiliza para manipular a nossa consciência.
A postagem estava em castelhano e eu verti para o português. Mas, como achei muito interessante, estou postando aqui...
Espero que muitas pessoas acessem e leiam.
Essa informação é de vital importância para que, conhecendo a forma utilizada para que a classe dominante manipule as nossas mentes, tenhamos bagagem suficiente para evitar, ou, ao menos, diminuir os efeitos, dessa manipulação.


10 Estratégias para entendermos como somos manipulados

Noam Chomsky*

1- A ESTRATÉGIA DA DISTRAÇÃO

O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração, que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e economicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundação de distrações continuadas e informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir que o público se interesse pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia, e da cibernética. “Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, presas a temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar, de volta à granja como os outros animais (citação do texto “Armas silenciosas para guerras tranquilas”).”
2- CRIAR PROBLEMAS E DEPOIS OFERECER SOLUÇÕES

Esse método também é chamado de “problema-reação-solução”. Cria-se um problema, uma “situação” prevista para causar certa reação no público a fim de que este seja o mandante das medidas que se deseja fazer aceita. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou se intensifique uma violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que seja o público que exija leis de segurança e políticas em prejuízo de sua liberdade. Ou também criar uma crise econômica para fazer aceitar como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.


3- A ESTRATÉGIA DA GRADUALIDADE
Para fazer que se aceite uma medida inaceitável, basta aplicá-la gradualmente, a conta-gotas, por anos consecutivos. É dessa forma que condições socioeconomicas radiclamente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980/1990: Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram uma renda decente, tantas mudanças que haveriam de provocar uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma única vez.



4- A ESTRATÉGIA DE ADIAR
Outra forma de fazer aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la como “dolorosa e necessária”, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é usado de imediato. Depois, porque o público, a massa, tem sempre a tendência de esperar ingenuamente que “amanhã tudo vai melhorar” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isto dá mais tempo ao público para acosumar-se à idéia da mudança e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento.

5- DIRIGIR-SE AO PÚBLICO COMO CRIATURAS DE POUCA IDADE
A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discurso, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximas à debilidade, como se o expectador fosse uma criatura de pouca idade ou deficiente mental. Quanto maior a tentativa de enganar o expectador, maior a tendência de se adotar um tom infantilizado. Por que? “Se alguém se dirige a uma pessoa como se ela tivesse a idade de 12 anos ou menos, então, em razão da sugestionabiliidade, essa pessoa tenderá, com grande probabilidade, a uma resposta ou reação, também desprovida de um sentido crítico, como a de uma pessoa de 12 anos ou menos de idade (ver “Armas silenciosas para guerras tranquilas”)”.


6- UTILIZAR MUITO MAIS O ASPECTO EMOCIONAL DO QUE A REFLEXÃO
Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional, e finalmente no sentido crítico dos indivíduos. Por outro lado, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou injetar idéias, desejos, medos e temores, compulsões, ou induzir comportamentos...


7- MANTER O PÚBLICO NA IGNORÂNCIA E NA MEDIOCRIDADE
Fazer com que público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. “A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que paira entre as classes inferiores e as classes sociais superiores seja e permaneça impossível de ser alcançada pelas classes inferiores (ver ‘Armas silenciosas para guerras tranquilas)”.





8- ESTIMULAR O PÚBLICO A SER COMPLACENTE COMA A MEDIOCRIDADE

Levar o público a crer que é moda o fato de ser estúpido, vulgar e inculto...






9- REFORÇAR A AUTO-CULPABILIDADE
Fazer o indivíduo crer que somente ele é o culpado por sua própria desgraça, por causa da insuficiência de sua inteligência, de suas capacidades, ou de seus esforços. Assim, em vez de se revelar contra o sistema, o indivíduo se infravaloriza e se culpa, o que gera um estado depressivo, sendo que um dos efeitos é inibir a sua ação. E, sem ação, não há revolução!


10- CONHECER OS INDIVÍDUOS MELHOR QUE ELES PRÓPRIOS SE CONHECEM
Nos últimos 50 anos, rápidos avanços na ciência têm gerado uma crescente lacuna entre o conhecimento público e os possuídos e utilizados pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o "sistema" desfruta de um conhecimento avançado do ser humano, tanto física como psicologicamente. O sistema consegue conhecer melhor o indivíduo comum do que ele conhece a si mesmo. Isto significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um maior controlo e um grande poder sobre os indivíduos, maior do que o dos indivíduos sobre  si mesmos.



*Noam Chomsky é Filósofo, ativista, autor e analista político, Professor emérito de Liguística no MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) e uma das mais destacadas figuras da linguística do século XX, reconecido na comunidade científica e acadêmica por seus importantes trabalhos na teoria linguística e ciência cognitiva.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Pretendo Assinar o Abaixo-assinado Exigimos a Reintegração do Companheiro Joaquim "Boca" Aristeu

Já Assinei o Abaixo-assinado Exigimos a Reintegração do Companheiro Joaquim "Boca" Aristeu
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MENSAGEM ENVIADA PELA COMPA. KÁTIA MOTTA À AMBEV EM SOLIDARIEDADE AO COMPANHEIRO JOAQUIM ARISTEU...

Sentindo que a violência
Não dobraria o operário
Um dia tentou o patrão
Dobrá-lo de modo vário.
De sorte que o foi levando
Ao alto da construção
E num momento de tempo
Mostrou-lhe toda a região
E apontando-a ao operário
Fez-lhe esta declaração:
- Dar-te-ei todo esse poder
E a sua satisfação
Porque a mim me foi entregue
E dou-o a quem bem quiser.
Dou-te tempo de lazer
Dou-te tempo de mulher.
Portanto, tudo o que vês
Será teu se me adorares
E, ainda mais, se abandonares
O que te faz dizer não.

Disse, e fitou o operário
Que olhava e que refletia
Mas o que via o operário
O patrão nunca veria.
O operário via as casas
E dentro das estruturas
Via coisas, objetos
Produtos,manufaturas.
Via tudo o que fazia
O lucro do seu patrão
E em cada coisa que via
Misteriosamente havia
A marca de sua mão.
E o operário disse: Não!

- Loucura! - gritou o patrão
Não vês o que te dou eu?
- Mentira! - disse o operário
Não podes dar-me o que é meu.

 (MORAES, Vinícius. O operário em construção)


Quando um operário tomba em serviço, tombam com ele todos os demais que constroem a riqueza de uma nação como o Brasil.
Um operário que tomba não é apenas um fardo que se retira do chão da fábrica.
Não é um número no seguro social.
Não é um nome riscado numa lista.
Quando um operário tomba morto no chão de fábrica, todos os outros morrem um pouco, na servidão inglória dos que vendem seu tempo de vida em troca do pão.
Morrem com ele outros mil operários, mas morre também o que se alimenta do sangue do operário que tomba e dos outros mil que tombarão.
Bendito aquele que tem em seu galpão, um operário capaz de entender que, quando morre um trabalhador, morre também a Humanidade.
Bendito aquele que entende que o NÃO de um trabalhador, liberta da escravidão do espírito o operário que faz o pão, a casa, a cerveja.
PELA REINTEGRAÇÃO JÁ DO TRABALHADOR JOAQUIM ARISTEU!

terça-feira, 20 de março de 2012

Vulcão Etna entra em erupção pela quarta vez este ano

19/3/2012 13:11
Por Redação, com ABr - Itália

Vulcão Etna em erupção

O vulcão Etna, na região da Sicília, na Itália, entrou nesta segunda-feira em erupção pela quarta vez apenas neste ano, gerando uma nuvem de cinzas. A nuvem atingiu 6 a 7 mil metros de altitude. De madrugada, foram observados os primeiros sinais de atividade.
As lavas do vulcão seguiram em direção ao Vale do Bove, em uma área de deserto, mas o vento levou a fumaça para o Leste da Sicília. A nuvem de fumaça não provocou alterações nas atividades do aeroporto de Catania.
As autoridades estão em alerta, no entanto, porque está prevista a possibilidade de mudanças de rota em caso de necessidade. Em 2011, o Etna entrou em erupção 18 vezes.
Além de ser o vulcão mais alto da Europa, ele é também a mais alta montanha da Itália nos Alpes. Com extensão de 1.190 quilômetros quadrados, o Etna é o maior vulcão da Itália e da Europa, superando o Vesúvio. É um dos mais ativos do mundo e está em constante erupção.

publicado originalmente no site Correio do Brasil 



domingo, 18 de março de 2012

Comuna de Paris

Conheça a primeira experiência de governo proletário

Vitor Amorim de Angelo*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
 

Reprodução
 
Comuna de Paris é o nome dado à primeira experiência histórica de um governo proletário, ocorrida entre março e maio de 1871, na França. O movimento que levou à formação da comuna, entretanto, contou com a participação de outros extratos e segmentos político-sociais, como a pequena burguesia francesa, membros da Guarda Nacional e partidários do regime republicano, proclamado em setembro de 1870.

A formação da Comuna de Paris tem origem nos desdobramentos da Guerra Franco-Prussiana, de sorte que, para compreender essa experiência, é preciso relembrar o contexto em que vivia a França naquele período.

A Guerra Franco-Prussiana, ocorrida entre 1870 e 1871, colocou em lados opostos a França de Napoleão 3º e a Prússia de Otto von Bismarck. A vitória prussiana impôs uma séria de obrigações aos franceses: cessão de parte de seu território, pagamento de pesadas indenizações, ocupação da França por tropas prussianas.

A queda de Napoleão 3º resultou na formação da 3ª República Francesa - fase que se estenderia até a 2ª Guerra Mundial - e de um governo provisório de defesa nacional. Mas a Prússia acabou vencendo a resistência francesa. Em janeiro de 1871, um armistício suspendeu as operações militares; e, no mês seguinte, a Assembléia Nacional, de maioria conservadora, elegeu Louis Adolphe Thiers presidente da República. A ele caberia negociar a rendição francesa.

A tomada de Paris

À dissolução do Exército seguiu-se a tentativa de Thiers de desmilitarizar a Guarda Nacional. Mas seus integrantes resistiram em entregar os canhões ao governo, chegando até mesmo a atacar o Hôtel de Ville, sede do governo provisório, levando seus membros a fugir para Versalhes. Paris ficou, então, sem comando político.

No vazio deixado pelo governo e em meio a uma correlação heterogênea de forças, formou-se a Comuna de Paris. Em março, Thiers faria sua primeira investida para recuperar o controle da cidade, mas sem sucesso.

Influenciado pelas idéias socialistas, o governo proletário instituído em 1871 tomou uma série de medidas no sentido de formar um poder democrático e popular. Dentre elas, pode-se destacar a abolição do trabalho noturno, a redução da jornada de trabalho, a concessão de pensão a viúvas e órfãos, a substituição dos antigos ministérios por comissões eletivas e a separação entre Igreja e Estado. Havia a expectativa de que o movimento pudesse juntar-se às comunas formadas em Marselha e Lyon, mas sua derrota ajudou a isolar ainda mais a experiência do governo proletário em Paris.

Semana sangrenta

Em parte, a limitação geográfica do governo comunal facilitou a vitória de Thiers. Ao mesmo tempo, devemos somar a isso outros fatores: as divisões políticas dentro do movimento, o fato de o governo formado em Paris não ter atacado Versalhes e a ausência de um comando militar suficientemente preparado para uma eventual invasão. A experiência comunal acabou em 28 de maio, após 7 dias de guerra civil - a chamada semana sangrenta.
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Reprodução
A resistência popular se deu atrás das barricadas.

Enquanto medidas democráticas eram tomadas em Paris, Thiers negociava com a Prússia, em Versalhes, uma aliança para derrotar o governo comunal. Em troca de concessões da França, Bismarck libertou presos de guerra para que pudessem ajudar no cerco à cidade. Assim, em 21 de maio de 1871, mais de 100 mil soldados invadiram Paris. Mais de 20 mil mortos, do lado parisiense, e outros milhares exilados na Guiana Francesa - esse foi o saldo do violento conflito.

A derrota do governo comunal ensejou uma profunda reflexão no campo socialista. Marx e Engels produziram diversas análises a partir daquela experiência. Evidenciaram como, muito além de uma guerra civil, o processo de formação e, principalmente, a derrota da Comuna de Paris foram expressão da luta de classes num país em pleno desenvolvimento capitalista. Um novo governo proletário se formaria apenas em 1917; porém, na Rússia. A derrota da Comuna de Paris serviria de exemplo para os bolcheviques.
*Vitor Amorim de Angelo é historiador, mestre e doutorando em Ciências Sociais pela Universidade Federal de São Carlos. Atualmente é pesquisador do Institut d'Études Politiques de Paris.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Dirigente sindical demitido pela AmBev – Jacareí por denunciar morte de trabalhador dentro da empresa

Dirigente sindical demitido pela AmBev – Jacareí por denunciar morte de trabalhador dentro da empresa

Chamado por solidariedade e pressão sobre a empresa para reverter mais esse ataque

No dia 12 de março, a empresa AmBev de Jacareí (SP) demitiu por “justa causa” o companheiro Joaquim Aristeu, mais conhecido por seus companheiros de fábrica como “Boca”.
A razão alegada pela empresa foi o fato de Joaquim ter publicado na página da CSP-Conlutas na internet e nas redes sociais um artigo em seu nome pessoal denunciando a responsabilidade da empresa no acidente dentro da fábrica que acabou provocando a morte de um trabalhador terceirizado, um jovem de 25 anos de idade que tinha sua esposa grávida.
Joaquim exerceu um direito básico de livre expressão e também cumpriu seu dever como dirigente sindical e membro da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes), num momento em que outros cipeiros vacilaram diante das pressões da empresa. Mas, para os patrões, Joaquim estaria “maculando o nome da companhia” e poderia ser sumariamente demitido sem direitos. Ao invés de investir na segurança dos trabalhadores, já que esse acidente foi o mais grave de uma série de outros na empresa, os patrões preferem calar quem denuncia as irregularidades.
Joaquim trabalha na AmBev - Jacareí há 23 anos e é um incansável militante pela causa dos trabalhadores há mais de 30 anos. Já foi presidente do Sindicato dos trabalhadores nas indústrias de Alimentação de São José dos Campos e região e foi recentemente eleito pelos trabalhadores para exercer um novo mandato como vice-presidente da CIPA da AmBev - Jacareí. Além disso, Joaquim é membro da Executiva da CSP-Conlutas (Central Sindical e Popular) no estado de São Paulo.
A AmBev é a subsidiária brasileira da megacorporação multinacional AB InBev, a maior empresa cervejeira do mundo, presente em 32 países com cerca de 80 mil trabalhadores. A presença de Joaquim dentro da empresa sempre foi uma pedra no sapato dos patrões. Sua demissão acontece nas vésperas da tentativa da empresa de enfiar goela abaixo dos trabalhadores uma proposta rebaixada de participação nos lucros. No ano passado, os trabalhadores da AmBev entraram em greve contra as propostas rebaixadas da empresa e por melhores condições de trabalho, incluindo temas referentes à segurança e saúde dos trabalhadores.
Trata-se, portanto, de forma clara e categórica, de uma perseguição contra a organização sindical dos trabalhadores da AmBev como parte da ofensiva patronal contra aqueles que ousam lutar em várias partes do mundo em meio à crise capitalista internacional.
A tarefa de lutar pela reversão da decisão da empresa deve ser assumida pelo conjunto do movimento sindical, popular, estudantil e pelas forças políticas de esquerda e democráticas. Por isso, fazemos aqui um chamado a todos os companheiros e companheiras para que se somem nessa campanha.
Encaminhe em seu sindicato, entidade ou movimento, uma moção de repúdio a demissão e apoio à luta pela readmissão do companheiro Joaquim. Envie cópia da moção para a empresa e para o sindicato.
Ajude também a divulgar amplamente as informações sobre mais esse ataques dos patrões e os passos que estão sendo dados pela campanha pela readmissão do companheiro Joaquim.
Endereços eletrônicos da direção e ouvidoria da fábrica de Jacareí:
jcfmello@ambev.com.br
acmft@ambev.com.br
ouvidoria@ambev.com.br
Endereços eletrônicos da campanha contra as demissões:
lsr@lsr-cit.org
secretaria@cspconlutas.org.br
camaradas
nesta sexta feira, dia 16/03, às 5,30 da manhã, o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de SJC e Região estará realizando uma manifestção em fente à AmBev de Jacareí para denunciar a arbitrariadade que foi a nossa demissão por justa causa.

EU, EM PARTICULAR, GOSTARIA DE CONTAR COM A PRESENÇA DOS NOSSOS AMIGOS DE LUTA NESTE ATO.
 
PARA CHEGAR NA AMBEV
 
VINDO DE SÃO PAULO
ENTRAR NA PRIMEIRA ENTRADA APÓS O PEDAGIO DO FRANGO ASSADO, ATRAVESSAR POR BAIXO DO VIADUTO E ANDAR 9 KM ATÉ A AMBEV
 
PARA QUEM VEM DO SENTIDO RIO DE JANEIRO
ENTRAR NA PRIMEIRA ENTRADA APÓS A PONTE DO RIO PARAIBA E CAMINHAR 9 KM ATÉ A AMBEV.

JOAQUIM A B SILVA
 
 
 

terça-feira, 13 de março de 2012

UM RELATO SOBRE OS MOTIVOS QUE LEVOU A AMBEV A NOS DEMITIR POR JUSTA CAUSA



*Por Joaquim Aristeu Benedito da Silva




Companheiros e companheiras, já estou na luta dos trabalhadores a mais de 30 anos, só na AmBev agora em agosto faço 24 anos, e faria tudo de novo principalmente das coisas certas que fiz e corrigiria algumas das coisas erradas que com certeza cometemos durante todos estes anos, mais de uma coisa eu não abriria mão de maneira alguma, defender aqueles que hoje só detém sua força de trabalho contra a exploração e a opressão por parte dos patrões.



E se neste momento estou bastante preocupado com a minha condição pessoal, aliás, tenho uma família e sei das dificuldades que uma justa causa pode me trazer para mim e para eles, porém tenho muito orgulho por estar sendo demitido por justa causa temporariamente porque não trai os trabalhadores e junto com outros 4 valentes cipeiros e os representantes do sindicato não abrimos mão em defender o trabalhador morto e denunciamos as falhas da empresa no acidente e não aceitamos as pressões para que omitíssemos com relação aos verdadeiros culpados pelo acidente e a morte de um trabalhador de 25 anos de idade e um filho que ainda nasceria daqui a três meses.



Não nos curvamos diante da maior cervejaria do mundo, ficamos do lado dos trabalhadores, e isso fez com que houvesse dois relatórios no acidente, um da chefia votado pelos seus aliados e cipeiros traidores, e outro relatório que foi votado por 5 cipeiros entre eles nós, relatório este incorporado pelo nosso sindicato que estava presente na reunião e na investigação.



Saindo desta reunião nós confeccionamos uma ata paralela relatando aquilo que nós como o condutor da reunião, haja visto que quem teria que dirigir esta reunião o presidente da Cipa não se fazia presente e eu como vice presidente a contra gosto da gerencia havíamos dirigido a reunião, só que a ata oficial seria feito por gente da empresa e não estaria relatado nada daquilo que havíamos falado na reunião.



Depois de feito esta ata nós tornamos ela publica e junto a isso a CSP- Conlutas havia votado uma moção de apoio sobre o ocorrido e colocado esta moção em seu site, também o CWI/CIT organização internacional a qual eu Joaquim milito publicou na integra a moção publicada pela CSP-Conlutas e a mesma circulou em mais de 45 países, isto fez com que a direção da AMBEV ficasse muito zangada, inclusive na reunião da Cipa a qual houve a votação sobre o acidente a gerencia me ameaçou devido à moção que estava circulando no site da CSP- Conlutas.



Passado 42 dias após o acidente e 5 dias após eu ter retornado de férias fui chamado pela gerencia e comunicado que haviam aberto uma comissão de investigação e que devido a estas minhas denuncias na internet e no site da CSP-Conlutas sobre o acidente eu estava sendo demitido por justa causa.



Camaradas diante deste relato eu gostaria de chamar o apoio de todas e de todos, trabalhadores, sindicalistas, dirigentes do movimento sindical e popular e estudantes, e realizássemos uma grande campanha denunciando esta sacanagem da maior cervejaria do mundo e exigir o nosso retorno imediato para dentro da AmBev.



*Joaquim Aristeu Benedito da Silva

Vice – Presidente da CIPA na AMBEV -2011/2012. Militante do Bloco de Resistência Socialista e da Direção Executiva da CSP-Conlutas – SP.

Solidariedade ao companheiro Joaquim demitido pela AMBEV por defender os direitos dos trabalhadores

Cerveja com sangue e perseguiçao a trabalhador nao desce redondo! Pela imediata readmissao do cipeiro Joaquim Aristeu Silva, demitido por justa causa por denunciar a omissao da AMBEV que acarretou a morte de um entre varios trabalhadores/as desta cia.
de:
Kátia Sales
 
Na busca desenfreada por lucros cada vez maiores, as empresas passam por cima das medidas básicas de respeito à dignidade e a vida dos trabalhadores.
 
Toda solidariedade ao companheiro Joaquim Aristeu Benedito da Silva, militante do Bloco de Resistência Socialista e da CSP-Conlutas demitido por justa causa por ter denunciado morte de trabalhador na AMBEV onde o companheiro trabalhava. Exigimos sua integração imediata. Segue abaixo relato do companheiro sobre todo o processo assim como a solicitação de solidariedade a todas as organizações da classe trabalhadora.
 

Sem sossego, trabalhadores na luta!

por Isabel Keppler, terça, 13 de Março de 2012 às 09:04
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A Empresa AmBev fabricante das marcas Budweisser, Brahma, Skol, Antártica, Boemia e o Guaraná Antártica demitiu ontem o companheiro Joaquim Aristeu Silva (Boca), que trabalhava lá há 24 anos, por "justa causa".

A "JUSTA CAUSA"
Joaquim, membro da CIPA eleito pelos trabalhadores, e outros cipeiros, se recusaram a aceitar a ata oficial da reunião da CIPA após acidente de trabalho que resultou em morte na empresa. Com isso, elaboraram uma ATA PARALELA para denunciar fortemente a morte do trabalhador e a omissão da AMBEV diante disso, fazendo via Central Sindical e Popular - Conlutas. Também foi feita uma moção de repúdio a AMBEV que circulou internacionalmente, em 45 países, pelo Comitê por uma Internacional dos Trabalhadores.

Após certo tempo, a AMBEV abriu uma comissão de sindicância para o companheiro Joaquim, alegando que ele falou em nome da CIPA coisas que não foram deliberadas pela cipa - o que é mentira, Joaquim apenas assinava teu nome e dizia que era eleito pela CIPA e membro da CSP CONLUTAS.

QUE ABSURDO!
É óbvio que uma coisa dessas nos perturba e deixa extramamente indignados e nervosos. Eu nunca vi um trabalhador com tamanha dedicação como Joaquim, que está sempre mais do que preparado para denunciar todas os abusos e maldades da AMBEV pra cima dos trabalhadores. Não é a toa que logo hoje de manhã já havia trabalhadores de dentro da fábrica organizados em assembleia prestando solidariedade ao Joaquim.

No entanto, por mais que fiquemos nervosos, não é nada surpreendente. A AMBEV é uma empresa, que para preparar a suas cervejas e demais bebidas necessita explorar trabalhadores do Brasil inteiro. Seu lucro vem do sangue e suor de milhares de trabalhadores. Na sociedade em que vivemos, esse conflito de interesse já está colocado desde sua estrutura. A AMBEV ter feito isso só mostra que esses conflitos se acirraram e ela teve que mostrar teu poder, que na maior parte das vezes se coloca mascarado para inclusive garantir a "ordem" vigente. Afinal, não é a toa que há um bom tempo chamam isso de LUTA de CLASSES.

PARA ALÉM DE "UM ABSURDO!"
Por isso, é fundamental a organização das trabalhadoras e trabalhadores para mostrar que do outro lado - o lado mais numeroso - há força e resistência, que não deixaremos isso barato, que isso não se faz. E é preciso compreender que se não fizermos isso, não há ninguém que faça. A Globo, a Folha, a justiça, o Estado estão todos brindando a alegria de estar do lado que estão. Os únicos que denunciarão e poderão transformar alguma coisa, são os trabalhadores e trabalhadoras, e evidentemente junto com eles o movimento estudantil e popular.

ISSO NÃO É PESSOAL, É POLÍTICO!
E quando fazemos isso com relação ao Joaquim, ou quando fazemos isso com relação ao Fabiano Cleito Silva, trabalhador de 25 anos que foi assassinado trabalhando (ou alguns podem chamar de acidente de trabalho também), não estamos fazendo porque somos simpáticos e solidários a pessoa deles, - isso também, mas principalmente porque eles representam o que a AMBEV e demais empresas fazem todos os dias com vários trabahadores: explora, suga a saúde, mata e reprime quem denuncia isso e se apresenta como ameaça para eles.

É muito importante que as pessoas em seus locais de trabalho, estudo, moradia denunciem a AMBEV e encampem essa campanha de solidariedade ao camarada Joaquim. Assim que houver mais informes sobre formas de apoiar, divulgarei por aqui.


 

sábado, 10 de março de 2012

Quem quer a Educação Moral e Cívica

Muito me tem preocupado essa onda de pessoas que propugnam pelo retorno da Educação Moral e Cívica como matéria obrigatória da grade curricular.
Será que essas pessoas tem entendimento do que estão querendo?
A EMC foi criada pela ditadura militar, juntamente com a OSPB (Organização Social e Política Brasileira), visando substituir o ensino de filosofia.
A ditadura militar, que vigorou no Brasil de 1964 a 1984, foi um período marcado por momentos de extremo autoritarismo, violência, repressão e por diversos outros meios que pudessem manter o regime.
Compreender o conjunto de interesses e valores dos segmentos sociais que faziam parte do poder, naquele momento, é fundamental para entender como vários mecanismos autoritários, que buscavam o controle e o consenso da população, tentavam atuar nas diversas esferas da sociedade.

Qual a proposta da Educação Moral e Cívica?
A proposta oficial era que essa matéria, EMC, tinha o "objetivo de aprimorar o caráter do estudante, com base na disciplina, na moral, no civismo, orientando-o para a vida familiar e social e preparando-o para o exercício da cidadania e patriotismo, através da construção positiva, visando o bem comum".Porém, o que ocorria na realidade, o que se escondia por traz desse "nobre" pretexto, a mensagem subliminar transmitida, era a catequeze e o adestramento das mentes em formação dos estudantes, transformando-os em pessoas que se adequassem à nova ordem social.Os conteúdos transmitidos aos alunos pelos livros didáticos, são sempre de acordo com o contexto político, econômico e social de uma determinada época, exatamente como ocorreu durante a ditadura militar.
A EMC atuava na mente das crianças, inculcando valores tais como: obediência; passividade; ordem; fé; “liberdade com responsabilidade” e patriotismo.
Estes valores estavam presentes nos conteúdos dos livros didáticos de EMC como parte da estratégia pscicossocial elaborada pelo governo militar, atuando nas formas de pensamentos e nas subjetividades individuais com o objetivo de interferir na dinâmica social.
Desejava-se moldar comportamentos e convencer os alunos e a população acerca das benesses do regime para que estes contribuíssem com a manutenção do regime militar.
A EMC era usada para que o regime militar pudesse atingir os seus objetivos, ou seja, incutindo nas crianças e jovens uma idéia deturpada do que é a democracia, fazendo com que o estudante acreditasse que o povo tinha liberdade de escolha de seus representantes e que os seus direitos e interesses seriam defendidos por eles e que a ditadura era um regime político democrático e que mesmo as atitudes autoritárias eram a "favor do bem comum".
Esse é o motivo das gerações alienadas que vieram após o regime militar. E não é à toa que, ainda hoje, vemos tantas pessoas com saudades da ditadura militar.
A Educação Moral e Cívica cumpriu muito bem o seu papel de alienadora, fazendo com que a ilusão tão bem plantada na cabeça das crianças de ontem e que faz com que alguns adultos de hoje sintam "saudades" da ditadura...
Ou você nunca se perguntou como um regime autoritário, violento, repressivo e sem nenhuma liberdade sobreviveu por mais de 20 anos?

Qualquer semelhança com o facismo não é mera coincidência
 
Uma das principais fontes utilizadas para criar essa "disciplina", foram as obras de Plinio Salgado, o fundador da AIB - Ação Integralista Brasileira (partido político ultra-coservador e de extrema-direita, inspirado nos princípios do movimento fascista italiano).
O símbolo dos integralistas lembra a suástica nazista e os fundamentos doutrinais do integralismo encontravam-se no Manifesto à Nação Brasileira (1932), de autoria de Plínio Salgado. Nele, o autor fazia a defesa da "Pátria, Deus, Família", isto é, do "chauvinismo", da "civilização cristã" e do "patriarcalismo". A AIB encontrava apoio na oligarquia tradicional, na alta hierarquia militar, no alto clero, em suma, nos setores mais conservadores da sociedade.
Tal como o seu modelo europeu, a AIB utilizava-se do ódio aos comunistas para elevar a tensão emocional de seus partidários. O "perigo vermelho" era visto por toda a parte, o que mantinha a permanente vigilância e o fervor partidário.
Entre 1932 e 1935, quando os efeitos da crise de 1929 se faziam sentir com intensidade e as agitações esquerdistas começavam a tomar corpo, os integralistas formaram, como na Itália, grupos paramilitares que agiam com violência para dissolver as manifestações esquerdistas.
Até hoje, os integralistas defendem suas idéias de intolerância, retrógradas, conservadoras e reacionárias, e não me surpreenderia se assumissem que bandeira do retorno da EMC é idéia deles.